A Maturano
Entre montanhas graníticas e silêncios de altitude, a Maturano nasce como expressão de um Brasil atento à sua origem — e ambicioso em sua vocação. A vinícola é fruto de técnica aplicada com sensibilidade, de escolhas precisas e de uma relação consciente com a paisagem que a envolve.
Mais que um espaço de produção, a Maturano foi pensada como um território de permanência: uma arquitetura que respeita o relevo, vinhedos conduzidos com intenção, e um ritmo que não apressa o tempo, apenas acompanha seus ciclos.
Três Territórios, Uma Intenção
A base de todo grande vinho está na relação entre terra e tempo. Na Maturano, essa relação é cultivada em três terroirs distintos, que respondem à altitude, ao clima e à condução agrÃcola com perfis próprios — e intenções diferentes. Cada área expressa uma leitura do solo, uma escuta das estações, e uma escolha agronômica. Dois dos nossos vinhedos são conduzidos sob o sistema de dupla poda, permitindo que a colheita ocorra nos meses de inverno — quando o clima oferece maior estabilidade e as uvas amadurecem com equilÃbrio, firmeza e caráter. O terceiro vinhedo segue o regime tradicional de verão, exclusivo para Chardonnay destinado à produção de espumantes, com foco em frescor, acidez e precisão aromática. Na primeira área, cultivamos Syrah, Malbec e Cabernet Franc — variedades que respondem bem à amplitude térmica e à insolação mais direta. Na segunda, além dessas, plantamos Sauvignon Blanc, Chardonnay, Merlot e 11 variedades em fase experimental, incluindo a rara Maturano, trazida da Itália em parceria com centros de pesquisa. Os três territórios compartilham solos franco-argilosos, profundos e bem drenados, com significativa presença de quartzo e traços granÃticos, que modulam a temperatura radicular e influenciam textura, acidez e condução do ciclo. As montanhas ao redor, de origem granÃtica, formam um cinturão natural que protege os vinhedos, regula os ventos e reforça o microclima. É essa condição que confere à Maturano um caráter de território preservado
Vinhos em Maturação
A primeira linha de vinhos da Maturano será lançada junto à inauguração da vinÃcola. Neste momento, os processos em cantina já estão em curso: fermentações conduzidas com controle rigoroso, seleção criteriosa de recipientes e inÃcio das primeiras assemblagens. As barricas, tonneaux e foudres de carvalho francês, adquiridos no último ano, já foram integrados à cave e fazem parte da estrutura de maturação da safra 2024. Cada recipiente foi escolhido por sua capacidade de preservar frescor, equilÃbrio e identidade varietal. A Maturano ainda não apresentou seus rótulos. Mas tudo o que está sendo feito, desde agora, é para que, quando forem revelados, tragam consigo um gesto completo
Uma Experiência em Construção
A Maturano está desenvolvendo um conjunto de estruturas voltadas à permanência, à hospitalidade e à integração com o território. Cada elemento foi pensado para refletir o mesmo cuidado que guia nossos vinhos: tempo, intenção e continuidade. A partir do final de 2025, está prevista a abertura de um restaurante, um heliponto e a estrutura de residencial privado com infraestrutura completa. O projeto inclui também a criação de um espaço para eventos especiais sob medida e visitas guiadas mediante agendamento. Em 2026, será inaugurado A Dolce Vitis, espaço dedicado a cafés e gelatos artesanais. Já para 2028, está prevista a entrega do hotel com 61 acomodações e dos lofts à beira do rio, concebidos como lugares de permanência silenciosa e vista para o vinhedo. Todos os elementos seguem o mesmo princÃpio: não antecipar o tempo, mas acompanhá-lo com precisão.
A Família por trás do Projeto Maturano
A presença da famÃlia Maturano em Teresópolis teve inÃcio em 1924, com a chegada de Manoel Maturano, avô de Marcelo. Desde então, o vÃnculo com a terra, o trabalho e a região foi sendo transmitido com constância — primeiro na agricultura, depois em outras atividades que moldaram o caminho da famÃlia. Manoel faleceu em 2007, mas sua memória nunca saiu do cotidiano. Embora seus bisnetos não tenham convivido de forma prolongada com ele, não houve um só dia, desde então, em que não se tenha falado sobre o que ele representava. Sua história, seus valores e o exemplo de trabalho duro continuam presentes — repetidos, lembrados, admirados — como parte essencial do que guia a Maturano hoje.
“Alguns nomes não ficam no passado. Eles continuam presentes no que escolhemos fazer todos os dias.”
-Marcelo Maturano
Marcelo, profundamente ligado ao avô, passou férias, fins de semana e os primeiros anos de sua formação pessoal ao lado de Manoel — vivência que ele reconhece como fundamental na construção de sua identidade, e na decisão de conduzir esse projeto com os mesmos princÃpios. Em 2020, a famÃlia decidiu retornar à agricultura, adquirindo a terra que hoje abriga a vinÃcola e parte dos vinhedos. O projeto é inteiramente familiar — idealizado e conduzido por Manuela, Fernanda e Marcelo Maturano —, todos nascidos em Teresópolis e guiados por um mesmo desejo: dar continuidade, com consciência e afeto, à história que os antecedeu. Na Maturano, tudo foi pensado em detalhe. Mas, acima de tudo, com verdade. Este não é um vinho feito com paixão. É um vinho feito com amor.
Sustentabilidade como continuidade
Na Maturano, sustentabilidade não é um princÃpio adicional — é parte do próprio caminho. Ela se revela nas decisões diárias: no solo que preparamos, na energia que usamos, nas pessoas que formamos. Pensar o futuro é, para nós, uma forma de respeito. Na Maturano, sustentabilidade é compromisso com o tempo. Produzir com consciência exige mais do que técnica — exige coerência com o lugar onde estamos e com aqueles que nos cercam. A vinÃcola opera com energia solar gerada no próprio edifÃcio, com expansão prevista até a autossuficiência. A arquitetura privilegia a entrada de luz natural e o conforto térmico, enquanto a água da chuva é captada e utilizada na irrigação dos jardins. Nos vinhedos, aplicamos adubação verde em ciclos regulares, que promove estrutura e diversidade no solo. Entre as linhas, a braquiária é cultivada e manejada manualmente para formar uma palhada que cobre o solo exposto — reduzindo o crescimento de plantas competidoras, a evaporação e o estresse térmico. Com a ativação industrial, a compostagem de resÃduos da vinificação — incluindo cascas e engaços — será integrada ao manejo do solo. O restaurante seguirá o princÃpio de quilômetro zero, com insumos próprios e parcerias com produtores locais. O plano de crescimento da vinÃcola prevê a geração de até 250 empregos diretos, acompanhados de um programa de formação contÃnua. Também conduzimos uma iniciativa de inclusão voltada à capacitação de mulheres, ampliando sua presença em diferentes áreas da operação. Sustentabilidade, para nós, não é adaptação. É uma forma consistente de construir valor com permanência.
